Rússia pediu clemência a Hitler em 1941

Por Roberto Lopes

Menos de um mês depois de o Primeiro-Ministro russo Vladimir Putin ter admitido a responsabilidade de seus compatriotas no massacre de 20 mil militares poloneses nas florestas da região russa de Katyn, durante a 2ª Guerra Mundial, uma nova bomba de retardo da década de 1940 explodiu quarta-feira passada, na tevê de Moscou: a notícia de que, após as primeiras estrondosas derrotas das forças russas diante do invasor alemão, em 1941, o governo de Josef Stálin pediu ao embaixador da Bulgária em Moscou, Ivan Stamenov, que o governo de Sofia sondasse o do Terceiro Reich, acerca dos termos em que Adolf Hitler aceitaria uma deposição das armas por parte dos russos.
Stálin ofereceu entregar aos nazistas uma larga porção do território russo Ocidental – Ucrânia, Bielorrúsia e o Cáucaso --, além dos três Estados Bálticos – Lituânia, Letônia e Estônia --, em troca da permanência no Poder de um governo comunista que, da capital moscovita, continuaria a controlar o que iria sobrar da então União Soviética.
Estas e outras informações estão numa entrevista concedida em 1966, pelo general russo Georgi Zhukov à televisão estatal russa, mas o programa, que continha outras importantes revelações – como a de que Stálin esteve a ponto de fugir de trem de Moscou, quando os alemães se acercaram da cidade, em fins de 1941 -- foi censurado pelas autoridades da época.
Stálin teria tentado entrar em acordo com os nazistas até novembro de 1941, época em que, finalmente, decidiu aceitar a oferta de ajuda material e financeira dos Estados Unidos e da Inglaterra, para enfrentar a ofensiva alemã.
Depois da 2ª Guerra, o Regime de Stálin providenciou a elaboração de uma versão oficial para a resistência soviética, que foi publicada em edição luxuosa, batizada de “A Grande Guerra Pátria”, e fartamente distribuída nos países que caíram sob a órbita de Moscou (Bulgária, Thecoslováquia, Alemanha Oriental, Romênia e Polônia).

0 comentários: