Filosofia e Bioética ganham espaço nas universidades

Por Roberto Lopes

Prestes a completar 40 anos como ciência consolidada, a Bioética desperta interesse cada vez maior entre os brasileiros. A novidade na oferta dessa área do conhecimento é a disponibilização, por um número crescente de instituições de ensino superior, de uma concepção filosófica da bioética – desenvolvida originalmente na Europa.
No chamado “Velho Continente” prevalece a tendência de se compreender a Bioética como uma nova disciplina filosófica de vocação interdisciplinar. Segundo essa visão, a Bioética permite inquirir acerca do agir humano, e, sobretudo, dos princípios que determinam a moralidade da ação. Afinal, as biociências e as recentes descobertas no campo da engenharia genética podem possibilitar tanto a solução de problemas relacionados à saúde humana como a construção de armas biológicas.
No Brasil, a pós-graduação em filosofia e bioética é oferecida em pontos tão distantes do país quanto a Universidade Metodista de São Paulo e a Universidade Federal de Feira de Santana, na Bahia.
Na Universidade Presbiteriana Mackenzie, também em São Paulo, o Grupo de Pesquisa em Ética e Bioética, que funciona no âmbito do curso de Filosofia (Centro de Ciências e Humanidades/UPM), promove um Encontro de Bioética. O evento divulga a produção científica e acadêmica de pesquisadores (docentes e discentes) sobre vários aspectos do pensamento bioético, como a terminalidade da vida, e as diferentes vertentes dessa reflexão: filosófica, jurídica e científica.
O curso de pós-graduação é opção, especialmente, para estudantes e profissionais das áreas da Saúde, Filosofia, Educação, Direito, Teologia e Comunicação.
A Metodista propõe o estudo da bioética não somente como uma nova disciplina que trata da ética no campo das ciências biológicas, mas principalmente como uma disciplina que trata de assuntos que interessam ao publico em geral.
Há ênfase especial na bioética como movimento social – ou seja, as implicações sociais, econômicas, políticas e éticas desses novos saberes biológicos. O objetivo é desenvolver um pensamento bioético fundamentado na reflexão critica sobre os fundamentos epistemológicos (filosóficos, antropológicos, ontológicos e morais) da bioética e compreender a importância do diálogo interdisciplinar – cultural, religioso e científico.

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