No meu tempo não era assim

Um garoto de 7 anos, no começo do mês, invadiu um zoológico na Austrália, e matou animais e alimentou um crocodilo. Durante 35 minutos, o menino matou de forma brutal pelo menos 13 animais no centro de répteis da cidade australiana de Alice Springs. Em um lagarto, ele bateu diversas vezes com uma pedra até o animal não resistir mais. E o crocodilo Terry, de três metros, foi alimentado com outros tantos animais vivos. O circuito interno de televisão do zôo mostra o garoto sorrindo enquanto assistia Terry atacar um lagarto de língua azul. A maioria dos animais era madura e rara.
Questionado pela polícia, a criança não disse nenhuma palavra. Os pais, que deveriam ter controlado o menino, devem ser processados pelo diretor do centro, Rex Neindorf. A frase de Neindorf, que circulou na imprensa, chama atenção: “Se fosse na minha época de criança, ele levaria um bom chute no traseiro”.
Certo que as crianças não devem apanhar como apanharam seus avós, muitos com cintos e até correntes, mas parece que toda a teoria de respeito ao processo de aprendizado somado ao mundo moderno – a ausência e a culpa dos pais pelo excesso de trabalho – têm inviabilizado o bom e velho “não”. Talvez seja por isso que programas de reality shows com babás especialistas tenham tantas versões pelo mundo afora. Será que é um jeito de chamar a atenção da sociedade para um comportamento universal e perigoso? Será que funciona?
É muito difícil entender o que leva uma criança de 7 anos a agir dessa maneira e, pior, com a permissão do próprio pai e mãe. Estranho mundo moderno.





* Cristina Livramento é editora da Psique

2 comentários:

Anônimo disse...

" Se fosse na minha época...",mas hoje é a nossa época, e me espanta e assusta( talvez tanto quanto os animais do zoo)é o desrrespeito, a indiferença, alienação e falta de limites dos adutos envolvidos.Porém ,ainda pode ser pior, se terminar em "pizza"!Aliás, creio que era este o programa: zoo e pizzaria.

Blog da redação disse...

comentário feito por Adriana Fóz, educadora e psicopedagoga.