Por Roberto Lopes
Documentos da contra-espionagem britânica preparados na primeira metade da década de 1940, ao tempo da 2ª Guerra Mundial, revelam que o Governo da Inglaterra vigiou o Embaixador do Chile em Londres, Manuel Bianchi Gundián, que era suspeito de transmitir informações para a Embaixada alemã em Santiago do Chile.
Bianchi Gundián ocupou o cargo de Ministro das Relações Exteriores e, em 1942, foi removido para a Europa. Ele desaconselhou seus superiores de aproximarem o Chile do chefe do Governo da Thecoeslováquia no exílio, Edward Benes, mas os ingleses afirmam que ele adotou uma atitude pró-Eixo muito mais importante: a de colaborar com a rede de espionagem a serviço da Missão Diplomática do 3º Reich na capital chilena.
Os relatórios dos agentes da contra-espionagem inglesa estão preservados nos Arquivos Nacionais de Kew, situados próximos à Londres. A vigilância dos ingleses também descobriu que Bianchi Gundián, que era casado, mantinha uma amante em Cuba.
Chile e Argentina foram os dois países latino-americanos que mais preocuparam os Aliados durante a 2ª Guerra, por terem resistido muito a romperem relações diplomáticas com o Eixo. O Cônsul chileno em Praga, Gonzalo Montt, colaborou com a SS na repressão aos judeus que se preparavam para escapar do antigo território theco, ocupado pelos alemães.
O último embaixador do Chile em Berlim, General Tobias Barros Ortiz, tentou ao máximo adiar o rompimento de seu país com os nazistas. Mas nenhum desses diplomatas foi punido por Santiago. Ao contrário.
Bianchi Gundián se manteve em Londres mesmo depois do fim da guerra; Montt foi Embaixador no Egito e na Jordânia, durante a década de 1960; e Barros Ortiz chegou, nos anos de 1950, a Ministro das Relações Exteriores.
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