Congresso em Bruxelas identifica ‘porta de entrada’ para a depressão

Por Roberto Lopes

Um estudo espanhol divulgado durante o Congresso Mundial de Osteoartrite realizado em Bruxelas, na última semana de setembro, revelou: 25% dos pacientes com osteoartrite (enfermidade no Brasil conhecida simplesmente por artrose), atendidos em regime ambulatorial pelo Serviço de Reumatologia do Hospital Parc Tauli de Sabadell, em Barcelona, apresentavam episódios de ansiedade e depressão, após o diagnóstico da doença reumática.
A dor crônica que a osteoartrite impinge ao corpo, e a redução progressiva da mobilidade, contribuem decisivamente para afetar o ânimo dos pacientes diagnosticados com essas moléstias, facilitando o aparecimento de quadros de depressão e ansiedade.
O evento da capital belga foi promovido pela Osteoarthritis Research Society International (Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite).
A pesquisa de Barcelona acompanhou a evolução de 430 pacientes com idade média de 65 anos, todos residentes na área de Sabadell. Conduzida pelo Dr. Naomi Navarro, essa investigação comparou dados da incidência de depressão e ansiedade em pacientes osteoartríticos e em pacientes com tendinite e outras formas de reumatismo das partes moles do corpo.
Foi constatado que 25% dos pacientes com osteoartrite no quadril, mãos ou joelhos apresentavam distúrbios emocionais sérios, característicos de depressão e ansiedade, enquanto apenas 15% dos pacientes com reumatismo das partes moles apresentavam os mesmos problemas.
A dor decorrente da movimentação provoca uma queda tão acentuada na qualidade de vida dos doentes, que afeta negativamente o seu humor, abrindo, assim, as portas para a depressão. O recomendável, nesses casos, é uma abordagem multidisciplinar, abrangendo os recursos da Reumatologia e do binômio Psiquiatria/Psicologia.
Quinze porcento da população mundial sofre com a osteoartrite, cuja incidência aumenta com a idade avançada. Na Espanha a doença atinge entre 25% e 30% das pessoas, acima de 60 anos. Na Bélgica, 1 milhão de pessoas são portadoras da mesma enfermidade. E segundo as previsões demográficas mundiais, os números da doença irão aumentar, nas próximas décadas, pois, em 2030, 30% da população terá 65 anos ou mais.

1 comentários:

Luísa Alves disse...

Olá, grupo!

Gostaria de enviar a vocês o release sobre um Simpósio internacional na área de história e antropologia que ocorrerá aqui no sul. Como posso fazer isso?