História para inglês ler

Roberto Lopes

O Ministério do Exterior britânico, mundialmente conhecido pelo binômio Foreign Office (ao pé da letra, Escritório do Exterior), concordou com uma iniciativa do governo de Londres de encomendar um livro comemorativo do centenário de funcionamento do Serviço de Inteligência Secreto do país – cuja sigla em inglês é SIS (Secret Intelligence Service).
A obra sobre o SIS – ou MI6, como ele é mais conhecido nos círculos governamentais e da espionagem internacional – foi contratada ao historiador Keith Jeffery (um sexagenário especialista em história militar) da Universidade Queen, de Belfast, na Irlanda, e deve ser publicada no ano ano que vem.
Jeffery terá acesso aos arquivos do SIS para contar a história do serviço desde o seu nascimento, em 1909, até os primórdios da guerra fria, em fins dos anos de 1940.
A notícia foi, contudo, encarada com desconfiança pela imprensa do Reino Unido. O governo londrino não tem nenhuma previsão de liberar os arquivos do SIS (mesmo os mais antigos) à consulta pública, e Jeffery não está autorizado a revelar detalhes operacionais do trabalho do Serviço de Inteligência de Sua Majestade.
Quatro anos atrás, quando o Arquivo Nacional Britânico liberou uma curta informação sobre a atividade de uma agente secreta peruana, que fingiu espionar para o 3º Reich enquanto servia, na verdade, aos Aliados, os britânicos informaram que identificariam a mulher apenas como Elvira Chaudoir, ainda que esse não fosse o seu nome verdadeiro.
No início de 2007, uma equipe da TV BBC compareceu ao Foreign Office e solicitou autorização para consultar os arquivos referentes à chamada Guerra das Malvinas – que confrontou argentinos e britânicos por causa do arquipélago das Malvinas (Falklands para os britânicos) no fim do primeiro semestre de 1982. A BBC queria produzir um documentário sobre os 25 anos desse conflito, que matou mais de 1000 argentinos e cerca de 300 ingleses.
A diplomacia britânica respondeu que a equipe seria bem-vinda, se viva estivesse, no ano de 2072, que é quando caduca o sigilo de 90 anos imposto pelo governo à documentação que trata do enfrentamento no Atlântico Sul.

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