O “homem-bomba” ocidental

Por Michael Nuñez

Entra ano sai ano, o debate sobre o uso de anabolizantes continua a todo vapor.

A Revista Psique nº 37 traz uma matéria, no mínimo, “bombástica”. E o adjetivo não é mera coincidência. Na verdade, cai como luva em um mundo que valoriza só a estética, que posiciona os “homens-bomba” do ocidente como exemplos a serem seguidos.

Li na matéria que as conseqüências do uso de anabolizantes podem ser devastadoras, principalmente, para os herdeiros. No caso de mulheres grávidas, pode levar até o feto à morte.

O que quero colocar em discussão não é a proibição da venda dessas drogas até então denominadas “lícitas”. Mesmo porque uma discussão dessas costuma levar a nada, principalmente, quando se fala de leis proibitivas neste País. Quero manter o foco no tema, ou seja, nas consequências que o uso ininterrupto e inadequado das “bombas” pode trazer ao indivíduo e à sociedade, seja a curto, médio e longo prazos.

Por mais que se queira proibir, não dá. Se até as drogas consideradas “ilícitas” circulam livremente, que dirá as que têm autorização para comercialização. É exatamente aí onde mora o perigo. Mesmo que uma pessoa use um anabolizante com fim esportivo ou estético, pensando que está fazendo um bem para si próprio, o resultado dessa “brincadeira” pode ser o pior possível. Num primeiro momento, o uso da droga, somado a uma série sem fim de exercícios, traz um resultado estético “aparentemente” interessante. Convenhamos. Porém, o problema maior está na manutenção da “carcaça”.

Droga é droga. Sendo lícita ou ilícita, além de viciar e fazer do usuário um refém, leva ao mesmo caminho: à autodestruição do indivíduo. Nesse contexto, podemos colocar no mesmo balaio o cigarrro, o álcool, a maconha, a cocaína, entre outros. Mas isso não vem ao caso.

Voltando ao assunto, o alerta que os especialistas fazem agora não trata apenas da autodestruição do ser que consome anabolizantes, mas, sim, da destruição das pessoas que farão parte da árvore genealógica do nosso "homem-bomba".

De certo é que, hoje, esse tal “homem” vive num mundo repleto de ilusões. Só espero que ao cair na real, ou seja, quando a bomba estourar literalmente, o indivíduo ainda esteja em tempo de corrigir um dano que pode ser catastrófico não só para a seqüência de sua família, mas, também, para a seqüência do planeta.

2 comentários:

Anônimo disse...

olá michael nunes, o 'homem é o lobo do homem', que se tornou uma bomba relógio e a sociedade explodirá junto com seus conceitos e dogmas. parabéns pelo blog e boa sorte. abs!

Ronaldo Barbosa

Gláucia disse...

É a velha matemática imposta pela mídia e pela sociedade: mais massa abdominal, menos massa cefálica.
Quem adere ao movimento dos anabolizantes geralmente é imediatista. O amanhã é para se pensar no dia seguinte... o problema é que talvez seja tarde!

Gláucia.