Um sistema de saúde ridículo e serviços de saneamento básico precários. Foi essa triste realidade do Zimbábue que levou o país à epidemia de cólera que enfreta desde agosto. Nesta segunda-feira (15/12), a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que o número de mortos chegou a 972 – um aumento de 20% em apenas 72 horas. Ainda segundo a ONU, o número de casos suspeitos já ultrapassou o número de 18 mil pessoas. Um desastre que atinge a população de 13 milhões de habitantes.
A história dessa nação da África Austral é parecida com a de outros países africanos. Depois de enfrentarem um século de colonialismo britânico e mais 15 anos de regime racista sob o comando de Ian Smith, que governou o país de 1965 a 1979, quando o Zimbábue ainda se chamava Rodésia, os zimbabuanos acreditaram que Robert Mugabe, atual presidente, levaria a paz àquelas terras. E, por um tempo, eles estiveram certos: Mugabe foi indicado ao Nobel da Paz e o Zimbábue chegou a ser chamado de “Suíça Africana”. As exportações subiram, a educação melhorou e estradas foram construídas.
Mas, depois de 30 anos no poder, Mugabe deixou a inflação chegar a 1 trilhão por certo ao ano, abandonou a saúde, a educação, enfim, abandonou os zimbabuanos. No comando de um regime de partido único, Mugabe chegou a afirmar que “a corrupção é a chave para o controle do governo”. Para continuar no poder, ele põe a culpa de todas as desgraças que atormentam o país em cima do “imperialismo europeu”. O ministro da Informação do país, Sikhanyiso Ndlovu, disse recentemente que o surto de cólera “é um ataque racista calculado pela potência colonizadora, que conseguiu o apoio de seus aliados americanos e ocidentais para invadir o Zimbábue".
Que Deus esteja ao lado dos zimbabuanos, pois o presidente não está. E, como sabemos, a ONU não costuma colocar suas belas idéias em prática, principalmente quando o assunto em questão é a África.
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1 comentários:
Um trilhão % ano ano de inflação? Quanto será que deve custar um Bubalo?
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