* Por Gláucia Viola
Venho novamente ao blog trazer a discussão sobre aborto, tema de capa da Revista Sociologia - edição 18. A reincidência pode estar relacionada aos hormônios maternos ainda em reestruturação e porque assuntos ligados à gravidez, desenvolvimento fetal, bebês, parto, preocupações gestacionais estejam muito presentes para esta recente mãe de primeira viagem.
Esta semana a questão chegou ao Supremo Tribunal Federal. Na última terça-feira, ministros do STF iniciaram julgamento sobre a interrupção da gestação de fetos anencéfalos. As sessões deverão ir até o início de setembro e terão a participação de ordens religiosas, sociedades científicas e de medicina, além da realização de audiência pública. Cada grupo apresentará seu ponto de vista.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as sociedades científicas internacionais consideram a anencefalia uma anomalia incompatível com a vida e defendem a inviabilidade desses fetos viverem fora do útero. Normalmente a morte acontece em até 72 horas após o nascimento. Porém, o fato da menina Marcela de Jesus que nasceu anencéfala e viveu quase dois anos surpreendendo a classe médica, se tornou referência para grupos contrários à legalização. Ela é o grande símbolo dos defensores nos debates do STF.
Será uma complicada decisão para o Supremo frente à falta de consenso e equilíbrio, pois ainda que a ciência demonstre estudos comprovados, o tema é sempre rodeado de grande fervor emocional. E não é para menos.
Mais uma vez nos deparamos com uma questão difícil de debater, pois independente de crenças, religião, princípios ou nível de escolaridade, nesses casos, é muito comum o conflito entre a razão e o coração.
Gláucia Viola é Editora da Revista Sociologia Ciência & Vida
(Nas bancas Edição 18 – Aborto, o difícil consenso)
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