Leigos querem rever mensagem cristã sobre a culpa

Por Roberto Lopes

Uma equipe de psicólogos, psicanalistas, sociólogos e professores de diversas áreas das Ciências Humanas que pertencem ao Conselho de Leigos da Arquidiocese de Roma, apresentará a três órgãos do Vaticano um estudo sobre o efeito negativo, entre os fiéis, da pregação cristã a respeito da culpa.
A reflexão fará uma advertência básica: o crescimento das igrejas eletrônicas, ditas evangélicas ou neopentecostais, deve-se a uma mensagem muito mais branda e generosa acerca da culpa do ser humano – uma comunicação que não apenas rejeita a demonização do dinheiro, ou dos lucros; também absolve a ambição humana de querer alcançar a prosperidade material.
Os estudiosos de Roma não tentarão modificar a essência da pregação sobre a necessidade de humildade, solidariedade e compartilhamento da riqueza. O que eles propõem é que a Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano – responsável por garantir a pureza da fé entre os cristãos – e a Comissão Pontifícia para a Comunicação Social rediscutam a maneira de se fazer chegar a palavra da Bíblia ao povo, impingindo menor carga de acusações e culpas a seres humanos que, afinal, não passam de simples mortais.
Durante o Papado de João Paulo II, a Congregação da Doutrina da Fé estava a cargo, precisamente, do Cardeal alemão Joseph Alois Ratzinger, hoje Papa Bento XVI. Formada pela Comissão Pontifícia Bíblica e pela Comissão Teológica Internacional, a Congregação da Doutrina da Fé é considerada como uma das mais importantes entre as nove congregações que assistem o trabalho do Papa, principal Executivo do Vaticano.

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